quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Em busca do futuro perdido



Corro só, socorro!
Só corro porque preciso atravessar o horizonte.

Olho adiante, mas não o encontro.
Na linha do horizonte,
meu futuro se perdeu.

Acelero os passos para localizá-lo,
pois sem ele não há sentido.
Norte e sul se omitem do presente.

Quanto mais me adentro no horizonte,
mais tenho a sensação de perto e longe
como uma coisa única.

Uma aproximação longínqua.
Um afastamento próximo.

Olho adiante, de repente não os encontro.
Nem mesmo o próprio horizonte.
Percebo o futuro que virou passado.

Vírgula transformada em reticências.
Fator transformado em produto.

O presente se esgotou.
Sinto tanto, tonto me sinto
na montanha do nada.

Nadei com pressa na correnteza.
Corri sozinho e agora
caminho no morro.

Morro no caminho.

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